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    Marinho Peres: Capitão, companheiro de lendas e forçado a fugir do Barça

    Texto por ogol.com.br
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    Marinho Peres é um colecionador de histórias como poucos no futebol mundial. Um dos mais prestigiados zagueiros da década de 1970, Peres compartilhou os gramados com lendas do esporte dentro e fora do Brasil, capitaneou a seleção em uma Copa do Mundo, fez parte de esquadrões históricos e, de quebra, ainda pode se gabar de ter revelado, como técnico, um português que viria a ser eleito o melhor do planeta.

    Uma das figuras mais influentes no futebol brasileiro na década de 70, Marinho Peres por pouco não abandonou a carreira antes de começar. O futebol era uma diversão, sem grandes ambições, quando foi indicado ao São Bento. Daí para a frente sua carreira deslancharia, ganhando destaque na Portuguesa para se juntar depois ao primeiro de seus muitos esquadrões históricos da década de 70.

    De Pelé a Cruyff

    Carlos Alberto Torres, Edu, Pelé... Em 1973 Marinho Peres se juntou a uma legião de craques no Santos. Mas se o zagueiro estava se aproximando de seu auge, o mítico esquadrão alvinegro já tinha vivido melhor momentos. A experiência com os craques, no entanto, ajudou o defensor e sedimentar seu lugar na seleção brasileira.

    Em 1974, Marinho Peres vestiu a braçadeira de capitão, o primeiro depois do Tri e do fantástico título de 1970. Ao seu lado, craques como Jairzinho e Rivellino, entre outros tantos. A química não era a mesma da Copa anterior. Ainda assim, o Brasil permaneceu invicto nos primeiros cinco jogos, até se deparar com um time revolucionário: a Holanda do "Futebol Total" de Rinus Michels. Neeskens e Cruyff selaram a derrota e a eliminação do Brasil, que acabou com o quarto lugar depois de nova derrota para a Polônia.

    Apesar da frustração, Marinho Peres viu seu talento ser reconhecido internacionalmente em um mundo muito diferente do atual, em que a Copa era o momento para o mundo conhecer os craques de outras bandas. O zagueiro acabou por ser convidado a fazer parte de um outro esquadrão revolucionário: o Barcelona de Rinus Michels e Cruyff, que levaram a escola holandesa ao clube catalão.

    A experiência em Barcelona acabou por ser marcante para Marinho, embora não da forma que esperava. O zagueiro aprendeu muito com o craque que viria a se tornar amigo, Cruyff, mas logo o sonho se tornou pesadelo. Com descendência espanhola, o defensor foi pego de surpresa por uma convocação para o exército local. Restava ao atleta duas opções - abandonar a carreira para servir o exército, ou tornar-se um desertor. A solução foi uma fuga tensa às escondidas em um ônibus para a França, onde conseguiu um voo para retornar ao Brasil. O capitão brasileiro virou fugitivo da justiça na Espanha até a década de 90, quando fez acordo para poder retornar ao país.

    Quem abriu as portas para Marinho Peres foi o Internacional de Rubens Minelli. Mais um esquadrão para o currículo do zagueiro. Desta vez, a chegada foi no auge, e sua parceria com Elías Figueroa ficou para a história como uma das maiores do clube, que acabou por dominar o Brasil em 1976 como tinha feito no ano anterior, com craques como Falcão e Valdomiro. A experiência internacional também ajudou Peres e há quem aponte o jogador como fundamental para trazer ao futebol nacional novidades táticas da Europa, como a linha de impedimento.

    Em 1977, Marinho Peres troca o Internacional pelo Palmeiras, na década da "Segunda Academia". Mas os principais craques do esquadrão alviverde tinha ou saído, ou estavam em fim de carreira. Peres também dava sinais de desgaste e já não era o mesmo. Ainda assim, em seu fim de carreira no clube, acabou por conhecer Telê Santana, que o abriria novas portas.

    O técnico que revelou Figo

    Marinho Peres trabalhou um tempo como auxiliar de Telê Santana antes de tentar a carreira solo. Chegou a treinar Santos e Botafogo, entre outros, no Brasil, mas seu maior reconhecimento como treinador veio em Portugal.

    Com passagens por Vitória de Guimarães, Belenenses, Marítimo e Sporting, Marinho Peres é querido em terras lusas e conhecido não exatamente por seus títulos. Em seu tempo em Lisboa, o brasileiro foi responsável por subir para os profissionais um "Gordinho" talentoso da base, que viria a ser eleito o melhor do mundo: Luís Figo. Peres garante, inclusive, que sua amizade com Cruyff acabou por levar Figo ao Barcelona - contra a vontade do técnico brasileiro, claro.

    No fim, como jogador e técnico, Peres pode não ter colecionado tantos troféus, mas é difícil encontrar alguém com história tão rica no futebol...

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    Marinho Peres (BRA)
    Marinho Peres (BRA)

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