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      Figura nova na Série A

      Responsável por retorno do Joinville, Hemerson Maria busca afirmação na Série A

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      Hemerson Maria aparece como uma novidade entre os técnicos da Série A em 2015. É a primeira vez do treinador, que começou a dirigir times profissionais em 2012, na elite do futebol nacional.

      Com raízes e história em Santa Catarina, Hemerson conquistou Joinville ao colocar o JEC de volta no Brasileirão após quase três décadas afastado. Em um papo com a reportagem de ogol.com.br, o treinador, de 43 anos, falou do retorno do Tricolor para a Série A, sobre o objetivo da equipe na competição e nos planos para a carreira. 

      História nos rivais

      Nascido em Florianópolis, Hemerson Maria tem carreira de jogador iniciada no Figueirense. Como técnico, também trabalhou no Alvinegro, nas categorias de base.  

      ©JEC/Site oficial

      Foi para a Ressacada em 2011, ainda trabalhando com a base, e teve a primeira oportunidade como técnico no profissional pelo Avaí em 2012. Fez sucesso e, dirigindo o Leão na reta final do Campeonato Catarinense, conseguiu o título. 

      No final de 2013, após ter passado também por Red Bull Brasil, de São Paulo, e Crac, de Goiás, chegou ao Joinville com uma certa desconfiança pelos anos em Florianópolis. 

      "Parte da imprensa e da torcida do Joinville, pelo fato de eu ser de Florianópolis e ter treinado o Avaí, teve um pouco de desconfiança no início. Existe uma rivalidade muito grande entre as cidades e os clubes. Mas, com o passar dos jogos, o resultado vindo, essa desconfiança logo passou", garantiu. 

      Altos e baixos

      A trajetória no JEC viveu seus altos e baixos. Os primeiros meses no clube não foram fáceis. O início de campanha no Campeonato Catarinense não foi dos melhores, e a pressão era grande em cima de um treinador que já tinha a desconfiança por ter trabalhado nos rivais. Mas a pressão não incomoda Hemerson. 

      "Nos momentos ruins que tivemos aqui, os resultados eram ruins, mas o futebol era de um bom nível. Eu tinha certeza que, com o trabalho que estava sendo realizado, com o dia a dia, que é muito sadio, os resultados começariam a aparecer", confessou. 

      "Sei lidar muito bem com a pressão: quanto mais pressionado, é melhor, meu rendimento aumenta. Esses problemas que tivemos não me afetaram em nada. Sei lidar muito bem com isso", arrematou. 

      Ainda naquele Catarinense, o JEC se recuperou e acabou vice-campeão, perdendo na final para o Figueirense, que tinha a vantagem de dois resultados iguais. 

      O ponto alto foi na Série B do mesmo ano. Após 28 anos, Hemerson Maria fez história ao levar o clube até a primeira divisão, com a inédita conquista da Série B.

      "Foi uma sensação maravilhosa. É o clube da maior cidade de Santa Catarina, um clube vencedor, então havia uma pressão muito grande para que o Joinville conseguisse acesso para a primeira divisão. Em dois anos bateu na trave, por detalhes. Mas, com o trabalho, organização e planejamento que fizemos ano passado, eu fui o agraciado e premiado a conduzir o time para a primeira divisão. Quando conseguimos, foi uma sensação de alegria, alívio... É uma coisa que jamais vou esquecer", revelou. 

      ©JEC/Site oficial

      Este ano, Hemerson, treinador com mais jogos em uma única passagem pelo clube, voltou a fazer história ao comandar a equipe no título do Campeonato Catarinense, que não vinha desde 2001. 

      Os planos na Série A

      De volta para a primeira divisão nacional, Hemerson Maria não quer que o Joinville se iluda. Conseguir permanecer na elite já seria um resultado importante nesse retorno. 

      "Eu estava até ouvindo uma entrevista do Drubscky (demitido pelo Fluminense), que falava que todo treinador da primeira divisão vai ter um discurso para ser campeão, que aqui no Brasil não se aceita certas verdades... Nós vamos virar o sol. Vamos buscar a melhor colocação possível. Mas temos a ideia de que, se o Joinville não for rebaixado nessa volta, já vai ser uma colocação honrosa", afirmou. 

      Para isso, o Tricolor conta com o apoio de sua torcida em casa. A equipe não perde na Arena Joinville desde julho do ano passado, única derrota em casa na temporada, para o rival Avaí. 

      "A equipe se sente muito bem jogando na Arena. A torcida nos ajuda muito, mas temos uma maneira de jogar lá. Jamais vamos jogar no ritmo da torcida. Geralmente, quando se joga em casa, o torcedor quer logo que você parta para cima, que você defina o jogo, e ai acontece o contra-ataque, os erros que normalmente te ocasionam a derrota. Na Arena, nós jogamos no nosso ritmo, e o torcedor vai no nosso embalo, e não o contrário", analisou. 

      No último jogo em casa, primeiro na Série A na cidade desde a volta, a equipe não contou com a torcida, já que o Joinville, punido, acabou jogando contra o Palmeiras com portões fechados. Hemerson espera não viver no futebol outra experiência parecida. 

      "Foi a pior sensação possível. Parece um treinamento, deu até para ouvir a narração das rádios que vieram aqui fazer o jogo. Você não tem emoção, é difícil para motivar o jogador... Esperamos que isso não aconteça mais", comentou. 

      "Não é a melhor punição. Tem que ser estudada uma nova maneira de punir os clubes. O JEC teve uma despesa de aproximadamente R$ 500 mil. Tenho certeza que o estádio estaria lotado. Penalizou o clube, os jogadores... Tem que ter uma maneira de identificar os culpados e eles serem penalizados. A expectativa era de 18 a 20 mil pessoas, e você joga em um estádio vazio... Te prejudica. Poderíamos ter tido um resultado melhor. Um ato isolado de um torcedor que acabou prejudicando toda uma cidade, todo um clube", criticou. 

      Santa Catarina na Série A

      Junto com o Joinville, outras três equipes de Santa Catarina estão na atual edição do Campeonato Brasileiro: Avaí, Chapecoense e Figueirense. 

      O estado conta com mais equipes que o Rio de Janeiro, por exemplo. Hemerson Maria comenta a boa estrutura do futebol catarinense para alcançar o feito. 

      "Foi feito um trabalho muito forte aqui no nosso estado. Se o Criciúma não tivesse sido rebaixado, teríamos 25% dos clubes da Série A, um número expressivo para o tamanho do nosso estado. É grande a organização. Todas as equipes daqui têm Centro de Treinamentos, trabalho muito forte na base, salários pagos em dia, são muito organizadas... Não é por acaso. Além das equipes que disputam a Série A e a Série B, temos equipes de bom nível", comentou. 

      A realidade do futebol nacional 

           É uma covardia o que se faz com os treinadores, ficar apenas dois meses no comando e sair como culpado

      Há um ano e meio no Joinville, Hemerson é um caso isolado em um país onde os técnicos não costumam ter muito tempo no comando das equipes. A pressão e a cobrança por resultados são enormes. "Um absurdo", como comenta. 

      "O Ricardo (Drubscky) ficou dois meses no Fluminense, o Claudinei (Oliveira, no Vitória) também. É muito pouco tempo para você implementar um trabalho. Eu estou aqui no Joinville desde dezembro de 2013 e tive dificuldade no começo, e a diretoria bancou a minha permanência", começou. 

      "Em um ou dois meses de trabalho, você não conhece nem a cidade direito, você tem que usar GPS para chegar no clube. É muito pouco tempo para você conhecer o clube, os profissionais, os atletas, colocar um plano de jogo em prática... Então eu vejo que é uma covardia o que se faz com os treinadores, ficar apenas dois meses no comando e sair como culpado. Tem que mudar essa mentalidade", criticou. 

      As ambições na carreira

      Hemerson pensa grande na carreira. Com um início promissor, o treinador pensa, além de seguir fazendo história no Joinville, chegar nos gigantes do futebol brasileiro. 

      "Meu objetivo é me firmar como treinador de Série A, e, para isso, preciso fazer boa campanha no Joinville, então penso em ficar mais um tempo aqui, terminar esse ano com uma boa colocação. Depois, é tentar voos maiores. mas sempre com os pés no chão, ainda tenho muito o que aprender, muito a evoluir. Mas penso, sim, em, daqui a uns dois, três anos, trabalhar nas grandes equipes do eixo Rio-São Paulo, Minas Gerais, na dupla Gre-Nal, quem sabe...". 

      Com muito trabalho e seriedade, Hemerson Maria colocou o Joinville de novo no topo de Santa Catarina e na primeira divisão do futebol nacional. Aos poucos, o já desgastado ciclo de treinadores no país vai ganhando novos nomes, com futuros prósperos. 

      Brasil
      Hemerson Maria
      NomeHemerson José Maria
      Data de Nascimento/Idade1972-05-04(51 anos)
      Nacionalidade
      Brasil
      Brasil
      FunçãoAuxiliar Técnico

      Fotografias(9)

      Comentários

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      motivo:
      JO
      Boa entrevista
      2015-05-21 17h33m por Jozamba
      Mandando bem Carlinhos.
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