A passagem do Ensino Médio para a faculdade é decisiva na vida dos jovens que conseguem subir um nível na pirâmide educacional. No Brasil, cerca de 8,4 milhões de alunos realizaram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2015. No futebol, também existe a "hora do vestibular". É quando um menino da base começa sua história no profissional. Para Lucas Taylor, esse ano chegou. É a hora da afirmação.
Aos 20 anos, Taylor tem no Paulista Sub-20 sua última oportunidade de mostrar na base que pode se firmar no profissional. O jogador, que já esteve na equipe principal do Palmeiras, sabe que a hora da decisão chegou.
"O Paulista Sub-20 é o nosso último campeonato de base, a gente tem que mostrar nosso potencial para almejar algo, tanto no Palmeiras quanto em outro time. Nunca sabemos o dia de amanhã. Se o Palmeiras não nos usar, temos que abrir portas para outros lugares", disse o atleta, em conversa com a reportagem de ogol.com.br.
Taylor tem consciência que "está passando por vestibular. Tem que mostrar nos treinos e nos jogos o seu valor". No profissional, o jovem teve duas oportunidades de atuar: contra Flamengo e Figueirense. Jogou 73 minutos no total.
A versatilidade é uma arma importante para o futebol moderno. Lucas Taylor sabe bem disso. O atleta admite que já jogou de quase tudo: de zagueiro até atacante. Mas hoje, Taylor, que já foi comparado a Cafu, se espelha em Dani Alves para se firmar como lateral.
"Daniel Alves, é um espelho na minha função, o melhor do mundo, minha referência", garante o jovem, que costuma, nas horas vagas, jogar no vídeogame com o Barça, de Alves.
"Não tem quem ganhe de mim. Eu sei jogar, viu. É difícil ganhar de mim. Jogo mais contra o Matheus Sales. Ele não ganha uma de mim. Ele é meu companheiro de base, então a gente joga bastante. Ele vai tentando trocar de time para tentar ganhar de mim. Até hoje não encontrou...", brincou.
Taylor não esconde que seu "maior sonho é jogar uma Copa do Mundo, mesmo que distante, vou atrás disso. E jogar uma Champions League também. Quando toca aquele hino na TV, já dá um arrepio".
Ambicioso, o versátil jogador, que busca se firmar na lateral, é uma das promessas das categorias de base do Palmeiras. Logo, busca espaço no time profissional, mesmo com as muitas contratações.
"Contratou muito, mas também saiu bastante. E eles deram oportunidades pra os meninos da base. Estão mesclando bastante", analisou o menino, que se diz tímido, sem perfil de liderança, mas sabe se expressar bem e tem bem delimitado o que quer da carreira.
Confira mais trechos da entrevista com Lucas Tayor:
Ogol.com.br: Você é um cara bem versátil, né? Em quais funções já jogou?
Lucas Taylor: Cheguei no Palmeiras em 2007, como lateral, mas, em pouco tempo fui para volante, depois meia e atacante. Joguei até de zagueiro. Faltou goleiro e lateral-esquerdo (risos).
O que essa versatilidade ajudou em seu jogo?
Aperfeiçoei a leitura de jogo. Eu sempre prevejo o que o atacante ou o zagueiro do outro time vão fazer por conhecer as funções. Isso ajudou bastante.
Em qual função se sente melhor?
Como lateral, achou que estou me dando melhor e estou gostando. Me sinto mais solto, participo mais do jogo.
Quais são seus ídolos?
Sou palmeirense roxo e, vendo o Marcão no Palmeiras, sempre me deu orgulho e sempre fui fã dele. Mas também gosto de outros jogadores, do Willian, do Chelsea, um cara muito habilidoso, inteligente. Daniel Alves, é um espelho na minha função, o melhor do mundo, minha referência.
Tem gente que acha seu futebol parecido com o do Cafu. Vê similaridades?
Acho que pela força física e pela capacidade aeróbica. Sou um cara que aguenta bem o jogo, sei a hora de passar, mas tenho força para voltar na mesma forma.
Você, em algum momento, chegou a desistir do futebol?
Desistir não, mas, quando a gente não está jogando, pensa em jogar em outro clube, ver outras coisas... Mas desistir não. Futebol é tudo o que sei fazer.
O que você gosta de ver nas horas vagas?
Gosto de esportes americanos. Gosto demais. Futebol Americano, NBA, Baseball, sou fanático. Eu gosto do Cleveland e do Miami.
Cleveland e Miami... Por causa do LeBron?
Quando eu comecei a acompanhar, ele estava no Miami, agora ele voltou no Cleveland... Gosto dele bastante, é um ídolo para mim, mas não tenho muito o que me espelhar nele. Ele é um líder, mas eu sou mais tímido. Não sou muito de ficar falando.
Como vê a forte concorrência no elenco do Palmeiras?
A concorrência está boa, isso vai dar frutos ao Palmeiras. Na minha posição, o Lucas e o João são excelentes laterais, e isso vai ser sadio, porque ninguém vai querer se acomodar.
Como analisa o trabalho de Marcelo Oliveira?
É um cara bastante inteligente, conversa bastante com os jogadores, aquele cara que sempre quer o melhor do time. Ele sempre leva a gente da base para treinar lá, gosta dos treinos que a gente faz e está interagindo bastante com a base. Faltava um técnico assim para o Palmeiras.
Sentiu falta disso com o Oswaldo (de Oliveira)?
Senti falta um pouco, porque, com Marcelo, a gente está treinando duas, três vezes por semana, e, com Oswaldo, a gente chegou a ir uma ou duas vezes só. Mas isso vai de treinador para treinador.
Quais seus sonhos?
Me vejo jogando em um grande clube, acho que tenho potencial para isso. A posição de lateral faz falta não só no futebol brasileiro, mas no internacional também. Eu sou um cara ambicioso e vou correr atrás de todos meus objetivos. Meu maior sonho é jogar uma Copa do Mundo, mesmo que distante, vou atrás disso. E jogar uma Champions League também. Quando toca aquele hino na TV, já dá um arrepio.