Brasil e Chile decidem vaga às quartas no Mineirão

A Copa do Mundo chegou, talvez, em seu momento de mais emoção. A partir de agora, quem perder volta para casa, e quem ganhar segue sonhando com o título mundial. Para começar a fase de mata-mata, o anfitrião Brasil recebe, no Mineirão, às 13h, o Chile, que sonha e sonha alto. 

No último Mundial, na África do Sul, as duas equipes se enfrentaram na mesma fase, as oitavas de final. Na ocasião, os brasileiros levaram a melhor e conseguiram a vitória sem muita dificuldade, fazendo 3 a 0, com gols de Juan, Luís Fabiano e Robinho. 

Chilenos confiantes

Dessa vez, a seleção chilena sonha mais alto. A todo momento, o discurso dos jogadores é de "fazer história no Brasil". O atacante Alexis Sánchez, companheiro de Neymar no Barcelona, mostrou confiança para o duelo. 

"Vamos ganhar a partida e fazer história. Já ganhamos da campeã do mundo e tivemos um tropeço contra a Holanda, mas mantemos o nosso sonho de ganhar o Mundial", garantiu. 

Autor de um gol e de uma assistência nesta Copa, o jogador é a principal esperança no ataque da equipe. Mas o técnico argentino Jorge Sampaoli ainda tem dúvidas na formação dos 11 titulares. 

©Gil Leonardi/Imprensa MG

Sampaoli prevê jogo aberto

Outro jogador que não está em seu auge físico é o volante Arturo Vidal, da Juventus. O treinador chileno, entretanto, confirmou a presença deste em campo. 

Para Sampaoli, a presença de Vidal entre os 11 é fundamental, já que o comandante espera um jogo aberto, de muitos espaços dos dois lados. 

"Vai ser um jogo de mais espaços que o natural. Este Brasil é diferente do que estamos acostumados a ver e vão tratar de aproveitar os espaços que deixemos. Jogam com transições muito rápidas e isso origina um extremo cuidado quando tivermos a bola", afirmou. 

O ex-treinador da Universidad de Chile aproveitou para falar das qualidades dos adversários e pregou respeito no duelo. Para Sampaoli, a postura de seu time deverá ser igual a do jogo diante da Espanha. 

"Brasil é uma equipe objetiva, forte defensivamente, tem os dois melhores zagueiros do mundo, tem Neymar, que é um jogador diferenciado e que está fazendo um grande Mundial. Temos que enfrentá-lo com uma organização similar a que mostramos diante da Espanha, que nos permitiu neutralizar um dos melhores times do mundo", concluiu. 

Brasil terá mudanças

Do outro lado do duelo, a seleção brasileira, que busca seguir o sonho do sexto título mundial em casa, deverá contar com mudanças para a partida. 

A mais provável delas deverá acontecer no meio de campo. Fernandinho, que entrou bem contra Camarões, deverá ganhar a vaga de Paulinho. Pelo menos foi assim que Luiz Felipe Scolari escalou a equipe titular no treino de quinta-feira (26), na Granja Comary. 

©Jefferson Bernardes/VIPCOMM

"Não sei o time que vai jogar, porque sempre tem um problema ou outro acontecendo. No treinamento pode estar acontecendo sempre um problema e não adianta definir, para depois redefinir", disse o treinador. 

O discurso do treinador faz sentido, já que o Brasil poderá sentir na pele isso. David Luiz, titular absoluto do time, sentiu e, com uma contratura na região dorsal, pode virar desfalque, embora os exames tenham sido positivos.

Histórico no Mineirão pode pesar

Outro fator que pode pesar a favor do Brasil, além do histórico de confrontos entre os times, é os números do atacante Fred no Mineirão, palco do confronto. 

Até o momento, o camisa 9 da seleção canarinho jogou 48 partidas no estádio e fez 42 gols. A média é de 0,87 por partida. Foram 36 tentos pelo Cruzeiro, três pelo Fluminense, dois pelo América Mineiro e um pelo time nacional. O jogador se mostra confiante para o duelo decisivo deste sábado.

"Sempre é uma energia diferente quando jogo no Mineirão. Já fiz grandes jogos, já marquei muitos gols. Para mim é diferente quando jogo lá, me dá mais confiança, conheço os atalhos do campo e ali me sinto em casa", afirmou. 

Arbitragem segue polêmica

A arbitragem continuou a ser assunto polêmico ao longo da semana. Nas entrevistas coletivas dos jogadores de La Roja, o assuntou foi bastante comentado. O atacante Alexis Sánchez, inclusive, disse estar preocupado com o tema. 

Do lado brasileiro, um jornalista chileno chegou a fazer uma pergunta na coletiva de Felipão e Thiago Silva, mas Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol, prontamente assumiu o microfone e disse que o assunto não seria comentado. 

Para a partida das oitavas de final da Copa, o mediador do duelo será o inglês Howard Webb, árbitro responsável pela final do último Mundial.

Na época, o juiz ficou marcado por não ter expulsado De Jong após o volante holandês ter entrado de forma desleal em cima de Xabi Alonso. Que os holofotes, dessa vez, fiquem voltados para campo e bola, e que o futebol vença.