O que se viu no Mineirão na tarde desta terça-feira (08) foi o maior vexame da história do futebol. Muito mais do que sentir as faltas de Neymar e Thiago Silva, o Brasil sentiu o segundo gol da Alemanha. Depois veio o terceiro, logo em seguida o quarto e ainda antes dos 30 minutos o quinto. Torcedores com as mãos nos rostos não para enxugar as lágrimas, mas para se esconder da vergonha. Acabou a Copa para a seleção brasileira. E foi pior que o Maracanazzo.
Do outro lado, o futebol que chegou próximo da perfeição em alguns minutos está na final da Copa. Domingo (13), no Maracanã, a seleção alemã enfrenta o vencedor de Argentina x Holanda.
Felipão surpreendeu a todos na escolha do substituto de Neymar: nem Paulinho muito menos Willian, quem começou entre os onze foi Bernard. Na zaga, o que todos esperavam: Dante na vaga de Thiago Silva.
Já Joachim Löw teve todos os jogadores a sua disposição e apostou na manutenção dos atletas e do esquema da vitória sobre a França, com Philipp Lahm na lateral pelo lado direito e Khedira no meio. Klose continuou a ser a referência no ataque.
Crueldade alemã cala Mineirão
Nos primeiros movimentos da peleja, o time da casa buscava o jogo, tendo a posse de bola e passando mais tempo no campo do adversário.
O time visitante parecia jogar esperando erros do rival. E achou quando Marcelo deu passe para ninguém e os alemães conseguiram, após o contra-ataque, um escanteio. Após a cobrança, Müller apareceu livre na área e inaugurou o marcador para calar o Mineirão.
Era tudo que a Alemanha, que jogava de rubro-negro, queria. Os brasileiros ficaram ainda mais nervosos e o reflexo disso eram os passes errados e a falta de qualidade na saída de bola.
Em mais um lance de falha defensiva, Miroslav Klose ficou com ela na área e teve tanta liberdade que pôde chutar pela primeira vez e conseguiu pegar o rebote para marcar o segundo.
Vexame brasileiro
Ai começou o vexame. Em dez minutos, a Copa acabou para o Brasil. E foi pior, muito pior que o Maracanazzo de 1950. O time se perdeu completamente e os alemães se aproveitaram. Um show de erros na defesa e Toni Kroos fez o terceiro, depois o quarto, e ninguém acreditava no que via. Depois Khedira, ainda antes dos 30, fez o quinto. Em ritmo de treino!
Ainda bem que o primeiro tempo acabou. Os jogadores brasileiros saíram de campo para o intervalo de cabeça baixa, debaixo de vaias. O sonho da Copa em casa virou pesadelo.
A seleção alemã merece que falemos não só do vexame brasileiro, mas do futebol quase perfeito apresentado durante 20, 25 minutos. Futebol coletivo, de toques rápidos, fatais. Um show dos comandados de Löw.
Defender a honra
No segundo tempo, um time tentava defender a honra de uma camisa centenária, enquanto o outro já podia se poupar e pensava mais na final da Copa.
O time brasileiro até conseguiu criar algumas chances de gol, mas parou em Neuer. O castigo ainda foi pior. André Schürrle, mais uma vez em uma troca de passes com liberdade dos alemães, fez o sexto. 6 a 0!
O massacre, o sofrimento, a agonia brasileira não acabava. Aos 33, Schürrle ainda fez o sétimo, em arremate forte, de canhota. A torcida aplaudiu de pé o bom futebol do adversário.
No gramado do Mineirão, quem lembrava o Brasil de 1970, de Pelé e companhia, e o time de 1982, comandado por Telê Santana, era a Alemanha. "Olé", foi o que se passou a ouvir no Mineirão. Özil ainda perdeu o oitavo, e Oscar descontou. Depois de tudo, não podemos nem chamar de gol de honra, porque ela não existiu. A Copa acabou da pior maneira possível para o Brasil.
1-7 | ||
Oscar 90' | Thomas Müller 11' Miroslav Klose 23' Toni Kroos 25' 26' Sami Khedira 29' André Schurrle 69' 79' |