Seja no Rio de Janeiro ou em Buenos Aires, entre os mais pessimistas ou mais otimistas, é difícil de encontrar quem acredite numa reviravolta no confronto entre Flamengo e Vélez. O Rubro-negro vai a campo nesta quarta-feira (7) com a confortável vantagem de quatro gols na semifinal, algo que nunca antes foi revertido.
Na história da Copa Libertadores, reviravoltas, mesmo de vantagens menores, são raras. As maiores que já aconteceram foram em duelos que o clube vencedor tinha três gols de frente no mata-mata.
Em cinco oportunidades, clubes que venceram o jogo de ida em uma partida eliminatória por três gols de vantagem acabaram eliminados. A primeira delas foi em 1993, quando o El Nacional, do Equador, caiu para o Sporting Cristal depois de vencer o confronto de ida oitavas de final por 3 a 0, mas perder o jogo de volta por 4 a 0. Desde então, a história se repetiu em 1999 (Cerro Porteño x Estudiantes de Mérida), 2000 (Nacional x Bolívar), 2012 (Depotivo Quito x Universidad de Chile) e 2017 (Jorge Wilsterman x River Plate).
Apesar de nunca uma reviravolta tão grande ter acontecido, há entre clubes brasileiros um jogo que ficou no quase, mas que seria a maior virada da história da Libertadores. Em duelo pela edição de 1995, o Grêmio goleou o Palmeiras por 5 a 0 em Porto Alegre, mas acabou por levar um grande susto quando, na partida de volta, levou de 5 a 1 dos paulistas. O Tricolor Gaúcho acabou por avançar até a final e ficou com o título.
Fantasma recente, até lembrado por Dorival Júnior, o Flamengo sofreu sua maior virada em Libertadores no ano de 2008. O Rubro-negro caiu nas oitavas de final depois e ganhar de 4 a 2 do América no México. Num contexto que os gols fora ainda eram válidos como critério de desempate, a surpresa foi ainda maior ao perder por 3 a 0 no Maracanã.
"Já tivemos uma desclassificação dentro de casa com o Cabañas. Venceu 4 a 2 lá e perdeu 3 a 0 aqui. No futebol, nada é impossível. Eu jamais me perdoaria, depois de uma vantagem conseguida a duras penas", disse o técnico do Flamengo nesta semana.
Fato é que no confronto desta quarta, não há Cabañas, nem América e a vantagem é ainda maior. O Flamengo tem um pé na final da Copa Libertadores e todos sabem disso, falta apenas cumprir seu dever no Maracanã.