Brasil sofre, mas vence Alemanha nos pênaltis e conquista ouro no Maracanã

O Brasil sofreu. Abriu o placar com um golaço de falta de Neymar, mas levou o empate após ter caído de rendimento no início do segundo tempo. E viu o jogo ir para a prorrogação. O time, mesmo com a energia da torcida, ficou sem perna. A decisão do ouro tão sonhado veio só nos pênaltis. Novo sofrimento, que dessa vez acabou com lágrimas, mas lágrimas douradas. Dessa vez, quem chorou de tristeza foram os alemães. A seleção brasileira de futebol conquistou sua primeira medalha de ouro olímpica em seu palco mais sagrado: o Maracanã. E diante da torcida que nunca a deixou, apesar de tudo. 

Um susto, mas Neymar fez o Maracanã vibrar

No começo, um susto e um Maracanã em silêncio. Quando o Brasil tentava dominar o jogo, a Alemanha apareceu na frente e Julian Brandt acertou o travessão com belo chute de fora da área. 

A seleção brasileira tentou não se abater. Pareceu conseguir e trouxe consigo o torcedor, inclusive o mítico Usain Bolt, que aplaudiu quando Luan assustou em arremate na área. 

Os alemães se fechavam até estrategicamente. Davam campo ao rival e aguardavam a chance de partir em um contragolpe mortal. Era um lutador mais cauteloso, que esperava o rival abrir ao guarda para dar o golpe fatal. 

Só que os brasileiros seguiram batendo, até acertar em cheio. Quem foi preciso no golpe foi Neymar, que cobrou falta com maestria e fez um golaço para abrir o placar. 

Quase os alemães se recuperam pouco depois. Outra bola no travessão. No lance seguinte, Wéverton salvou com uma ótima defesa e manteve o placar. Aos 34, outra bola no travessão. 

Time volta dormindo e leva empate

O Brasil recuou no segundo tempo. A Alemanha foi crescendo, se aproximando... Até que saiu o gol. Meyer recebeu no meio e mandou para a rede. 

O gol acordou um pouco a seleção brasileira, e o jogo voltou a ficar mais animado. Gabriel Jesus, apagado, teve boa chance de marcar o segundo após cruzamento de Renato Augusto, mas mandou para fora. 

O Brasil demorou um pouco, mas voltou a ter, depois de um tempo, a intensidade do primeiro tempo. A torcida foi junto, a pressão foi aumentando, e o Maracanã veio abaixo. 

Não adiantou a vontade, a energia, as chances que apareceram. Além de coração, os brasileiros tiveram de ter pernas para jogar mais meia hora de futebol. 

As pernas acabam, o sofrimento segue

As pernas, na verdade, estavam cansadas. Prorrogação sempre é difícil, estudada. Os times pensavam duas vezes antes de arriscar. Poucas chances eram criadas. 

Só no segundo tempo, a Amarelinha voltou a levar perigo. Com Felipe Anderson, que recebeu de Neymar na cara do gol, mas chutou em cima do goleiro. O time tentava crescer. 

Mas o tempo foi acabando com o jogo brasileiro. Os jogadores foram cansando, até os pênaltis virarem uma boa coisa, já que a Alemanha começava a pressionar. 

As lágrimas douradas

A decisão do ouro sonhado há décadas foi nos pênaltis. Sem Fernando Prass, mas com Wéverton. E com 70 mil pessoas apreensivas no Maracanã. 

O goleiro brasileiro por muito pouco não pegou a cobrança de Gnabry. Era a segunda alemã, após a primeira ter entrado. Renato Augusto e Marquinhos marcaram para o Brasil. 

E assim foi seguindo: gol de um lado, gol de outro. 3 a 3, 4 a 4... Até que Petersen parou em Wéverton! Então chegou a vez de Neymar. O nome mais importante do futebol brasileiro na atualidade. O jogador que não começou bem a Olimpíada, mas depois se mostrou capitão, se mostrou decisivo. Neymar bateu como Neymar, e chorou lágrimas douradas. O ouro tão esperado, tão procurado, veio. Contra... A Alemanha!